Manabu Mabe certamente foi um dos grandes nomes das artes japonesas. Nascido em 1924, em Kumamoto, no Japão, Manabu migrou em 1934, juntamente com a família para o Brasil a bordo do navio La Plata Maru. Então aqui, em solo brasileiro, tornou-se um dos artistas mais reconhecidos por suas artes pintadas em telas.
Assim que a família chegou ao Brasil, a cidade escolhida para iniciarem a nova jornada de vida foi Lins, no interior do estado de São Paulo. Desde cedo, Mabe demonstrou interesse pela pintura. Começou a aprender por conta própria, com base em revistas e livros sobre arte. Em 1945, conheceu o pintor Teisuke Kumasaka, que o ensinou a preparar telas e diluir tintas.
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Conheça mais sobre a vida familiar de Manabu Mabe
A família Mabe, por tradição, era proprietária de um alojamento destinado às pessoas que chegavam de navio de Shimabara e Misumi. O nome de seu pai era Soichi Mabe, que trabalhou no Japão como ferroviário e depois como barbeiro. Já sua mãe se chamava Haru e descendia de uma família tradicional de agricultores.
A família era composta por sete filhos, sendo Manabu o mais velho, seguindo-o Satoru, Michiko, Hitoko, Yoshiko e Sunao. Uma curiosidade: os dois últimos irmãos nasceram no Brasil. Tetsuya, um primo, também foi criado com eles após a morte de seu pai. Manabu Mabe imigrou para o Brasil em 1934, aos dez anos, a bordo do navio La Plata Maru. A esposa de Mabu Yoshino chegou ao Brasil também em 1934, proveniente de Niigata.
A carreira artística de Mabe na década de 1950
Em 1950, “pai do abstracionismo”, como edificou conhecido, mudou-se para São Paulo, onde conheceu o pintor Tomoo Handa. Então, Handa o apresentou ao Grupo Seibi, um grupo de artistas japoneses que se reunia para discutir e praticar arte. Mabe também participou das reuniões do Grupo 15, no qual artistas brasileiros promoviam a arte moderna no país.
Nos anos 1950, o artista nipo-brasileiro teve a oportunidade de aprender com dois importantes artistas brasileiros: Yoshiya Takaoka e Aldo Bonadei. Takaoka lhe ensinou técnicas e conhecimentos teóricos da pintura, enquanto Bonadei o inspirou a buscar uma linguagem artística própria.
Em 1957, o artista vendeu sua fazenda em Lins, partindo rumo a São Paulo, onde passou a se dedicar exclusivamente à pintura. No ano seguinte, recebeu o Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, um dos mais importantes prêmios de arte do Brasil.
Reconhecimento internacional
Em 1959, o artista alcançou o reconhecimento internacional. A revista Time publicou um artigo sobre ele intitulado “The Year of Manabu Mabe“, que o consagrou como um dos principais artistas brasileiros da época.
Em 1980, pintou um painel para a Pan American Union em Washington, nos Estados Unidos. Também ilustrou o livro “O Livro de Hai-Kais”, de Olga Salvary, e elaborou a cortina de fundo do Teatro Provincial, em Kumamoto, no Japão.
O “pai do abstracionismo” no Brasil
O mestre do cubismo, Pablo Picasso, era uma das inspirações de Manamu. Tanto que sua primeira obra “Vibração-Momentânea”, produzida em 1955, ilustra a técnica com perfeição, iniciando-o na fase abstrata.
Manabu modifica seu estilo de pintura, abandonando as cores distribuídas livremente nas telas e gravuras para traçar linhas negras nas paisagens e nas naturezas-mortas. Em busca de maior liberdade artística, o artista nipo-brasileiro passa a compor obras mais abstratas.
Mabe morreu em 1997, aos 73 anos. Mas deixou um grande legado artístico que é reconhecido até nos dias atuais. Suas obras fazem sucesso nas galerias de arte e nos leilões de arte. Por isso, enaltecemos o artista na Canva Galeria, disponibilizando as obras do autor para compra para o público interessado.
Foto: o Explorador